segunda-feira, 16 de novembro de 2009

001 - IMPUNIDADE

PERFIL -01
As bancas de revista eram poucas só no centro, todo o sábado passava pelo Alaor o mais famoso livreiro de Fortaleza, pessoa exemplar em tudo, porém teve um fim com muita amargura devido à família.
Assim se passava o tempo e vinha às preocupações do dia seguinte, fora o livro tinha bons passeios, a fazenda de minha inesquecível avó materna, pessoa inteligente e muito singular, não se faz mais avo como antigamente.
Cariosa, porém muito severa quando tinha que ser sempre explicando tudo e mostrando o que deveria ser feito em toda ocasião, com ela aprendi muita coisa mesmo sendo criança para o tempo.
As debulhas a atração mais importante, era lá que se conheciam as meninas, e sempre vigiado pelos feitores e principalmente pelos pais das moças, e um sorriso toda prosa da mãe da candidata.
Liberdade total, não tinha hora para nada, com uma rotina livre, 5 horas curral tomar leite com farinha e rapadura raspada geralmente meio litro era para ficar forte, os tios não deixava por menos eram eles que supervisionavam tudo, e mostrar o apreço que tinha pelos sobrinhos.
Foi em uma destas férias que me aventurei acompanhar uma menina na ida e na volta, foi o bastante para que minha querida avo soubesse, mostrou os sentimentos e a ocasião o que deveria fazer, jamais tirou o incentivo e entusiasmos, iniciava minha vida de sentimentos aos 12 anos.
A féria era do meio do ano na fazenda e a do fim do ano em Russas onde a mesma tinha uma casa, para ser parada para negócios e tomar parte da política local e até mandar votar no candidato a governador, no tempo tudo era feito com palavra dada palavra comprida.
Ela tinha muito capital financeiro, econômico, e moral sua palavra era ouvida por todo Jaguaribe, vinha fazendeiros de longe, para saber o seu pensamento e os seus conselhos, só que os mesmos eram como ordem, fazendo tinha o seu apreço não fazendo, tinha o seu desagravo para toda vida.
Um fazendeiro do Aracati não fez o combinado e quando foi inaugurado a agencia do Banco do Brasil, já que minha avó era a patrona da causa, ele veio solicitar empréstimo, quando o gerente foi aprovar, nada de nada o aval dela foi negado, o mesmo vendeu as terras por vergonha que tinha passado não conseguindo o financiamento.

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